sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Surdez e Educação Inclusiva – Entrevista com a Profª e orientadora pedagógica da APAE

      Em uma primeira análise do roteiro desta primeira postagem no blog, buscamos saber se existiam alunos com surdez nas escolas onde as integrantes do grupo trabalhavam. A colega Inês conversou com suas colegas de trabalho da Escola Estadual de Ensino Médio Profº Rodolfo Bersch e a colega Leda na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rodolpho Kruger, as duas constataram que não existiam alunos com essa deficiência frequentando as aulas.

     Então surgiu a ideia de entrevistar a professora e orientadora pedagógica da APAE de São Lourenço do Sul, Carmem Rosangela Mendes que possui especialização em Educação Inclusiva, a qual nos relatou que em nossa cidade, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Isolina Passos tem duas alunas incluídas, as mesmas estão no ensino fundamental e são surdas.

     A linguagem dos sinais (LIBRAS) é utilizada por essas alunas, as mesmas aprenderam a se comunicar através da LIBRAS na própria escola, com o auxílio de um professor especializado em linguagem dos sinais. Em sala de aula o aluno recebe o atendimento do intérprete, mas não em tempo integral. Os demais professores tem algum conhecimento em LIBRAS, adquirido através da convivência e da própria busca de informações sobre o assunto. Normalmente é o professor da sala de recursos que possui um conhecimento maior da linguagem dos sinais. Em nossas pesquisas destacamos um facilitador da comunicação pra quem está iniciando seus estudos na área, é o Dicionário online de LIBRAS, o qual apresenta uma lista de palavras com seu significado e sua utilização em LIBRAS, mostrando um vídeo de sua correta aplicação gestual.

Figura 1 - Dicionário online de LIBRAS
Fonte: http://www.acessobrasil.org.br/libras/
     
     Segundo a Profª Carmem “Todo o atendimento ao aluno com alguma deficiência é garantido por lei, cabe a família exigir o melhor atendimento ao seu filho, hoje os municípios já possuem salas de recursos onde o aluno tem o atendimento auxiliar, algumas escolas possuem intérprete o que garante melhor aprendizado ao aluno. Quanto ao professor estar capacitado, não está e cabe a ele procurar o mínimo de conhecimento pois o trabalho com alunos surdos exige muito estudo e dedicação e também exigir na sua sala de aula o intérprete de sinais quando necessário, pois é um direito do aluno!”

     Percebemos que as campanhas de inclusão existem, mas ainda não conseguem atingir a todos, muito ainda precisa ser feito. Pode-se dizer que o governo não tem apresentado as condições necessárias para a inclusão, embora essa inclusão seja garantida por lei, nem sempre a escola (professores e funcionários) tem o treinamento adequado e necessário para um bom atendimento.

     Desde o início deste curso de licenciatura temos recebido instruções a respeito da importância da inclusão no ambiente escolar. E um texto marcante disponibilizado para nós, foi o de MACCLEARY no Encontro Paulista entre Intérpretes e Surdos em 2003, o mesmo relata a luta das minorias por seu espaço na sociedade, principalmente os surdos e a importância da autoestima, do orgulho de ser quem é e do posicionamento das outras pessoas nessa realidade. Para MACCLEARY (2003, p.8) o objetivo de ter orgulho de ser quem é “é o de redefinir o que significa ser negro, ou gay, ou surdo, para que todos, negros e brancos, gays e não-gays, surdos e ouvintes, possam ter orgulho de viver numa sociedade em que todos possam ser o que são e aprender uns com os outros.” Finalizamos com essa reflexão de Maccleary e com o agradecimento especial a Profª Carmem Rosangela Mendes pela colaboração.

25 de Outubro de 2013.

Daniele Bracher
Inês C. N. Kruger
Leda K. Brodt
Loiva A. Rickes
Marta Seefeldt

Acadêmicas do 6º semestre do curso de Licenciatura em Matemática
pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel

Referências:

Dicionário online de LIBRAS. Disponível em http://www.acessobrasil.org.br/libras/ Acesso em 25/10/2013 às 15:57 horas.


MCCLEARY, Leland. (2003) O orgulho de ser surdo. In: ENCONTRO PAULISTA ENTRE INTÉRPRETES E SURDOS, 1, (17 de maio) 2003, São Paulo: FENEIS-SP [Local: Faculdade Sant’Anna]. Disponível em https://docs.google.com/file/d/0B3qocKPsPCWFRXN1cFRSRXVyUEE/edit?usp=sharing&pli=1 acesso em 25/10/2013 às 11:30 horas

5 comentários:

  1. Olá Meus Queridos!!!
    Parabéns pelas colocações de vocês e belo trabalho apresentado.
    Meninas, nosso trabalho quanto educador esta sempre em constante busca e aprendizagem e a Inclusão é uma realidade que está chegando a todas as escolas, concordo com vocês que todos nós educadores devemos estar inseridos neste processo, buscando conhecer um pouquinho desta realidade para que se tenha um verdadeiro Processo de Inclusão.
    Obs.: Vocês chegaram a visitar estas duas alunas que estão na escola regular na cidade de vocês?
    Adorei a dica do dicionário...Sugestão: Façam uma postagem aqui no Blog para que todos os colegas possam conhecer o dicionário, coloquem o link para acesso.
    Grandes Abraços...
    Tutora Gabriani

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    1. Bom dia Profª Gabriani!
      Obrigada pelos comentários!
      O nosso grupo não chegou a realizar a visita na escola, pesquisamos em outras duas escolas no interior que não tinham deficientes auditivos frequentando as aulas e ai decidimos por entrevistar a coordenadora pedagógica da APAE, principalmente para facilitar e qualificar o nosso post, já que a Profª Carmem é especialista em educação inclusiva e saberia nos dar as informações necessárias.
      Conhecemos um pouco mais da escola mencionada por ela através do post anterior ao nosso, onde as colegas fizeram uma visita a escola e mostraram a realidade da mesma.
      O link do dicionário de Libras está nesse post, em azul, onde diz Dicionário OnLine de Libras. Também tem um link para acessar o texto que referenciamos.
      Está sendo muito interessante e proveitosa para nós essa troca de experiências através do blog.
      Abraços
      Daniele Bracher

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    2. Olá Meus Queridos...
      Obrigada pelo retorno, fico muito contente que vocês estão gostando e alcançando o objetivo principal desta tarefa do Blog que é de trocarmos experiências conhecendo novas realidades e aprendendo um pouquinho com cada um.
      Um grande abraço a todos..
      Tutora Gabriani

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    3. Como a colega Daniele colocou, na escola onde trabalho, tem uma aluna, ela não é totalmente surda, mas atualmente não frequenta a escola, os pais também não incentivam muito, sabe aqui no interior, zona rural da cidade de São Lourenço, colonia pomerana, cultura bem diferente. Para eles a deficiência ainda é vergonha para família, então não procuram muito por ajuda, é triste mas infelizmente é assim. Eu tenho uma filha especial e faço de tudo para que ela tenha uma vida normal e sei como é importante para eles se sentirem iguais aos outros.

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  2. Boa tarde,
    Sou a tutora a distância de Libras – Rubia.
    Parabéns pela realização da pesquisa.
    Excelente a dica do dicionário, este é um recurso que pode ser usado para quem esta começando a aprender Libras, para aquisição de vocabulário. É fundamental além da aquisição de vocabulário o contato com outros tipos de vídeos e com a comunidade surda para contextualizar estes conhecimentos.
    O que vocês entendem por educação inclusiva para surdos e educação especial para surdos?
    Abraço

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